Pesquisa-me ;)

domingo, 31 de outubro de 2010

City Love

Este texto é a primeira de três partes de uma "short story" que fiz há algum tempo. Chama-se "City Love" (como já devem ter reparado) o título é inspirado na música de John Mayer (excelente músico já agora). Colocarei aqui as outras partes nos próximos dias (:
hope you like it, and fall in love*



“I tell everyone I smile just because I got a city love (..) and I can’t remember life before her name”

 Passo pela arcada que marca a entrada da pista principal. As luzes esverdeadas vêm ao encontro dos meus olhos atordoando-me por momentos até o hábito me deixar desfrutar do movimento dos corpos ondulantes que se contorcem ao ritmo de uma batida exageradamente marcada. Sinto o batimento do som no peito a par da minha pulsação acelerada enquanto uma estranha adrenalina apodera-se do meu corpo deixando a minha mente e consciência adormecidas. Sorrio. Nesta noite não haveria perigos, não haveria consequências, não haveria “é melhor não”.
Desperto do quadro nocturno que observava e olho em redor a procura do bar e de companhia interessante. É então que noto na atenção que despertei num rapaz que me olha com um sorriso tanto curioso como provocador. Estava encostado a uma coluna numa pose descontraída como se ninguém o pudesse ver e ao mesmo tempo o seu porte atlético demonstrava uma confiança óbvia. Usava calças de ganga escuras e uma camisa preta que lhe dava um estilo de estrela de cinema. Virei costas rindo e pensando para mim mesma: “ Mais um que procura divertimento barato, a mim não me engana.”. No entanto a minha perda de noção do que é certo ou errado fez-me volver de forma a encara-lo novamente. A frase do dia, ou melhor, da noite, tornara-se: “porque não?”.
Sorri-lhe em tom de resposta ao olhar convidativo, pareceu resultar pois, no mesmo momento, ele desencostou-se e começou a caminhar na minha direcção.
- O que faz uma menina tão bonita sozinha por aqui? – disse-me quebrando o espaço pessoal que nos separava.
Olhei-o desiludida:
- A sério? – levantei a sobrancelha -  Essa é a frase é tão cliché, esperava mais…
-Costuma resultar mas já vi que és das difíceis. – respondeu abrindo o mesmo sorriso provocador.
- Ou das inteligentes. – disse levantando a cabeça para enfrentar o seu rosto.
Era mais alto do que parecia encostado, por volta de 1.85m. Apesar de não conseguir definir bem a cor devido as luzes irregulares, dava para constatar que tinha os olhos claros, talvez azuis. As suas feições bem marcadas que lhe davam um aspecto mais velho do que eu sabia que ele era, eram emolduradas por uma vasta cabeleira escura, quase preta. Era realmente muito atraente o que me desconcentrou por breves momentos. Abanei a cabeça tentando retomar a minha postura superior.
- E se me deixasses pagar-te uma bebida e provar-te que não sou só feito de frases baratas de conquista?
- Queres me embebedar para que seja possível te achar minimamente interessante? – disse num tom cruel.
- Não, com a tua óbvia resistência aos meus encantos acho que nem assim conseguia. – respondeu com um ar irónico.
Ri fitando-o.
- A propósito, eu sou o Afonso.
- Muito prazer Afonso. – sorri ao dize-lo enquanto me dirigia ao bar deixando-o na expectativa do meu nome.
Ele veio ao meu encontro no balcão do bar e pediu ao empregado uma bebida igual a que eu já tinha solicitado.
-Então? Não me vais dizer o teu nome?
-Não é relevante. – retorqui com um mistério fingido na voz.
-Ui, a conversa vai ficar no anonimato? – alegou claramente cativado.
-Conversa? Tens assim vistas tão curtas? A noite é uma criança. – pisquei o olho – Paga as bebidas e vamos sair daqui.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

“She’s a lady, oh she’s a lady...I’m talking about tha little lady”

 Ela é o tipo de rapariga que não se vê todos os dias. Vestida nas suas roupas coloridas como quem tenta dar alegria a todos os desconhecidos por quem passa e a quem sorri docemente. O seu cabelo cai delicadamente pelos ombros, encaixando perfeitamente a sua face de boneca onde se destacam uns curiosos olhos verdes.
É  tipo de rapariga que faz lembrar fitas de seda cor-de-rosa, flores frescas pela manhã e Paris na Primavera, sempre elegante e contida mas sem perder o brilho autêntico de quem vive para viver e de quem não tem medo de ser quem é. Colecciona etiquetas de roupa, anda de bicicleta e rói as unhas quando está nervosa. A sua gargalhada é engraçada e contagiante, não passa despercebida mas também não faz por isso, tem um perfume natural de lavanda envolvida em aroma de pipocas quentes que envolve e hipnotiza qualquer pessoa que a vê e não resiste em volver a cabeça para a ver passar naquele andar dançante que parece flutuar no próprio chão. Ela move-se na sua própria maneira.
Toda a gente sabe o seu nome mas ninguém a conhece, e quem vir a conhecer não mais se libertará do deslumbramento de ser diferente num Mundo a preto e branco.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Blogues, blogues, blogues

Sou bastante inexperiente em tudo isto dos blogues e estou apenas agora a iniciar o meu curso intensivo de "como fazer com que o Mundo saiba que o meu blogue existe". Não sei bem o que fazer mas também não sei se é realmente importante dar-me a conhecer.
Continuando... comecei a dar uma vista de olhos pela listagem de blogues e fiquei escandalizada com a quantidade COLOSSAL de diferentes blogues que existem. Desde uns que falam sobre culinária que abre o apetite a qualquer um até filmes sangrentos com sapos estranhos, passando por uns que recriam imperadores romanos e ainda uns que falam de diversos sítios do Mundo. Sinto como se tivesse tido todo este tempo aparte de um universo paralelo ou, melhor, sinto-me como a minha irmã mais nova quando descobriu o que era o messenger, tipo "WOW :O".
Bem, isto foi simplesmente um post para mostrar que ainda não desisti da minha página e para partilhar ao Mundo (ou a ninguém) a minha admiração quanto a variedade de blogues xD.
beijinhos*

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Procura-se Cura


As Desilusões são lâminas ferozes que nos acertam bem no ponto fraco, seja ele qual for, as Desilusões sabem sempre qual é. As Desilusões são aqueles bichinhos perversos que nos impedem de dormir de noite ou afectam o nosso sono com pesadelos aterradores, são aquele ambiente sombrio que paira inevitavelmente sobre nós em qualquer dia de sol, são o desânimo de nada nos motivar ou divertir, são a nostalgia dos tempos em que ainda não as conhecíamos, são uma promessa quebrada ou um coração partido…
As Desilusões são as perguntas preocupadas dos amigos às quais só respondemos “Eu estou bem” com um sorriso fraco e apático, nem o apoio destes nos parece suficiente no desabar do Mundo, por isso, para quê cansá-los? As desilusões são um cabelo sem brilho e com trejeitos rebeldes, uma pele seca e com manchas, um olhar enegrecido e sem o seu brilho natural, são as simples calças de ganga e a t-shirt que trazemos só porque é mesmo necessário vestirmo-nos para sair à rua. São a dor de cabeça, a leve gripe, o enjoo, as tonturas, a falta de apetite ou o excesso de fome, o sono que nos arrasta para a cama durante vários dias num quarto sem qualquer vislumbre de luz, é o que nos faz telefonar desesperados a alguém para nos tirar dali o mais rápido possível. As Desilusões são as sextas-feiras à noite e os fins-de-semana que passamos trancados em casa a pensar: “ Mas que raio aconteceu à minha vida?”.
As Desilusões são aquele sentimento de vergonha e arrependimento por tudo o que demos (o que demos demais), são a visão sarcástica e negativa com que passamos a ver a vida, aquela visão cautelosa e auto-protectora.
As Desilusões são feridas muito particulares pois vêm sempre de onde menos esperamos, vem sempre de alguém em quem confiamos e de quem gostamos, por isso mesmo são Desilusões. Batem-nos em palavras, actos e imagens que nunca mais esquecemos e que, mesmo tentando apagar, vão voltar sempre á memória em momentos decisivos, constroem olhares tristes e destroem gestos bonitos. Na verdade, as Desilusões são as armas mais dolorosas já que são feitas de verdades que muitas vezes não queremos ver, é tão mais fácil acreditar nas pessoas.
 Eles dizem que as desilusões ajudam a crescer, fortificam e ensinam a custo de erros, a custo de excessiva confiança e disponibilidade, que as Desilusões nos acordam de um sonho para o pesadelo que é a realidade. Mas, se assim é, porque queremos acreditar na pessoa que nos desiludiu? Porque continuamos a desejar um pedido de desculpas e um final feliz? Porque é que, mesmo depois de embatermos na parede, cairmos no chão, e depois de nos levantarmos com sofrimento e orgulho, repensamos sempre em voltar a passar pelo mesmo?
Seria simples terminar esta crónica com a máxima “o tempo cura tudo” mas, honestamente, a cura para este “doença” não conheço. Depois de tanto tempo, as Desilusões passadas ainda me aceleram a pulsação e me arrancam o chão debaixo dos pés. Então agora, espero que depois dos sintomas alguém conheça o remédio.

FUJAM! A Inês chegou O.O


OK, então acabei de criar um blogue...hum ok...now what? Estou aqui na casa do meu namorado a escrever freneticamente no portátil num sistema repetido de “escrever e apagar, escrever e apagar” a cada parágrafo que avanço, enquanto a minha cabeça se enche de mil outras preocupações como o teste que tenho amanhã (para o qual praticamente não estudei) e ele vê o jogo do Sporting mandado comentários de tempos em tempos que não deixam de ser interessantes como: “oh vai tomar banho” ou “ai! Que coxa!” passando de vez em quando a mão no meu ombro sorrindo.  E é a isto que se resume a maior parte dos meus domingos. Divertido não é? Por muito estranho que pareça, eu acho que sim .
Quanto ao que será este blogue, sinceramente nem sei bem o que escrever, sinceramente nem sei bem o que sairá desta página. Talvez ninguém o leia, talvez desista dele após o primeiro mês, mas também não será o primeiro blogue falhado na “Grande História dos Blogues”, certo?
Suponho que vá escrever sobre o que sou, não da minha vida que de interessante tem pouco, mas talvez do que espero que ela seja no futuro e da minha perspectiva acerca do que me rodeia. Mostrar os meus textos, as minhas ideias, as minhas imagens, as minhas cores...
And that’s it (: acho que com este início não arrecadei muitos seguidores -.-‘ Mas é o máximo que consigo neste momento.

Obrigada a todos os meus leitores ainda inexistentes*

Inês Gomes