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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Procura-se Cura


As Desilusões são lâminas ferozes que nos acertam bem no ponto fraco, seja ele qual for, as Desilusões sabem sempre qual é. As Desilusões são aqueles bichinhos perversos que nos impedem de dormir de noite ou afectam o nosso sono com pesadelos aterradores, são aquele ambiente sombrio que paira inevitavelmente sobre nós em qualquer dia de sol, são o desânimo de nada nos motivar ou divertir, são a nostalgia dos tempos em que ainda não as conhecíamos, são uma promessa quebrada ou um coração partido…
As Desilusões são as perguntas preocupadas dos amigos às quais só respondemos “Eu estou bem” com um sorriso fraco e apático, nem o apoio destes nos parece suficiente no desabar do Mundo, por isso, para quê cansá-los? As desilusões são um cabelo sem brilho e com trejeitos rebeldes, uma pele seca e com manchas, um olhar enegrecido e sem o seu brilho natural, são as simples calças de ganga e a t-shirt que trazemos só porque é mesmo necessário vestirmo-nos para sair à rua. São a dor de cabeça, a leve gripe, o enjoo, as tonturas, a falta de apetite ou o excesso de fome, o sono que nos arrasta para a cama durante vários dias num quarto sem qualquer vislumbre de luz, é o que nos faz telefonar desesperados a alguém para nos tirar dali o mais rápido possível. As Desilusões são as sextas-feiras à noite e os fins-de-semana que passamos trancados em casa a pensar: “ Mas que raio aconteceu à minha vida?”.
As Desilusões são aquele sentimento de vergonha e arrependimento por tudo o que demos (o que demos demais), são a visão sarcástica e negativa com que passamos a ver a vida, aquela visão cautelosa e auto-protectora.
As Desilusões são feridas muito particulares pois vêm sempre de onde menos esperamos, vem sempre de alguém em quem confiamos e de quem gostamos, por isso mesmo são Desilusões. Batem-nos em palavras, actos e imagens que nunca mais esquecemos e que, mesmo tentando apagar, vão voltar sempre á memória em momentos decisivos, constroem olhares tristes e destroem gestos bonitos. Na verdade, as Desilusões são as armas mais dolorosas já que são feitas de verdades que muitas vezes não queremos ver, é tão mais fácil acreditar nas pessoas.
 Eles dizem que as desilusões ajudam a crescer, fortificam e ensinam a custo de erros, a custo de excessiva confiança e disponibilidade, que as Desilusões nos acordam de um sonho para o pesadelo que é a realidade. Mas, se assim é, porque queremos acreditar na pessoa que nos desiludiu? Porque continuamos a desejar um pedido de desculpas e um final feliz? Porque é que, mesmo depois de embatermos na parede, cairmos no chão, e depois de nos levantarmos com sofrimento e orgulho, repensamos sempre em voltar a passar pelo mesmo?
Seria simples terminar esta crónica com a máxima “o tempo cura tudo” mas, honestamente, a cura para este “doença” não conheço. Depois de tanto tempo, as Desilusões passadas ainda me aceleram a pulsação e me arrancam o chão debaixo dos pés. Então agora, espero que depois dos sintomas alguém conheça o remédio.

6 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem escrito :P

Ana disse...

Infelizmente também não conheço a "cura" para isto,e às vezes bem que faz falta.
Acho que às queremos acreditar que as pessoas são capazes de mudar e que não voltarão a nos desiludir, porque faz parte daquilo que somos.
(...)

Muito bem escrito o texto ^^,

bjinhos

Inês Gomes disse...

muito obrigada aos dois (:
um dia alguém mais inteligente encontra a cura ;)

seguidor fã nº 1 ciumento, anti-Fifi disse...

eu sou inteligente o suficiente e já encontrei a cura :)))

Inês Gomes disse...

a Marta é a mais maior grande ;)

ndr+ disse...

acima estou eu :O