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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Chiclete de Limão


As escadas rolantes pareciam intermináveis e tinha a sensação horrível de inúmeros olhos postos em mim, ou pior, os olhos dele postos em mim, a observar-me ao longe avaliando cada movimento meu. Tentei ajeitar o cabelo disfarçadamente mas a única coisa que consegui foi prender os dedos trémulos nos caracóis levando-me a desistir e pensar “o que será, será”.
Estiquei a perna para fazer a passagem da escada rolante para o chão firme que sempre me assustara em pequena e que hoje parecia ainda mais perigosa e instável, era mais do que um simples passo, era mesmo uma passagem que podia mudar tudo. Mal senti o seguro do chão, a pulsação disparou numa velocidade assustadora e inesperada, sinceramente, nem sei como tive coragem de avançar para contornar a esquina que me separava de o ver...eu ia realmente vê-lo em carne e osso.
Fiquei de frente para o ponto de encontro marcado e como esperado, ali estava ele...tão perfeito, tão irreal. Era como se uma aura o envolvesse afigurando-o a um deus, tão intocável e ao mesmo tempo tão apelador do meu toque, tão distante e ao mesmo tempo tão perto, tão superior e ao mesmo tempo...sabia-o meu.
Caminhava por um corredor de fumo, tudo estava nublado ao meu redor afunilando-se num foco de luz sobre o seu corpo que me atraia. Tentei sorrir e a minha cara escaldou com o sangue a afluir-lhe até à raiz do cabelo e no entanto, ele parecia tão calmo, tão apático no seu sorriso deslumbrador e na sua postura tranquila de mãos nos bolsos. Um turbilhão de pensamentos e memórias assolavam-me enquanto avançava na sua direcção, pensava no que iria fazer ao chegar ao pé dele mas nada me ocorria, e voltavam-me todos os momentos, palavras, todas as borboletas na barriga, todos os sorrisos que me causou mesmo estando tão distante e agora, ali estava, incrivelmente o meu objecto de adoração era verdadeiro e esperava-me, a mim!
Estava agora a cinco centímetros dele e, num impulso que nem eu esperava, lancei-me nos seu braços abraçando-o para provar a sua real existência. O calor do seu corpo e o seu perfume forte envolveu-me adormecendo a minha consciência e acordando todos os meus sentidos para recordar para sempre aquelas sensações marcadas por um olhar turvo de emoção.
Afastei-me um pouco para observar os seus traços e passar a mão no seu rosto, aquele tacto áspero de barba arrepiou-me os membros. Era tudo o que esperava, tão belo...tão fascinante. Encostei a minha testa na dele respirando o seu respirar e adorando-o. Foi então que os que os nossos lábios se tocaram num fechar de olhos delicioso, deixei-me levar enquanto a sua língua perscrutava a minha boca e se enrolava na minha. Ainda hoje consigo sentir aquele sabor doce e picante de limão e a felicidade indescritível que senti, aquele desejo enorme de o tornar meu, quase de nos unirmos num só corpo.
Nunca mais o irei esquecer... 23 de Abril de 2010 :$$$$$

2 comentários:

ndr+ disse...

Eu amo-te Inês Alessandra (L) . Obrigado por esta Vida !

Inês Gomes disse...

EU TAMBÉM AMO-TE *.*