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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ingenuidade


“A inocência é a melhor das virtudes, é a chave da felicidade”

Quando eu era mais nova, com cerca de três ou quatro anos, e a minha mãe me respondia com um “não tenho dinheiro” ao pedido de um Barbie nova, eu ficava incrédula com a pouca inteligência dos adultos. Para mim, a solução era evidente, ia se pedir ao banco que nos ajudariam sem qualquer “senão”!
Bons tempos, tempos em que eu acreditava que na manhã de Natal haveria sempre uma prenda trazida pelo Senhor de barbas brancas à minha espera ou que se por acaso me perdesse na rua estaria sempre um polícia simpático disponível para me ajudar. Tempos em que eu vivia num Mundo “cor-de-rosa” onde toda a gente me queria bem e em qualquer problema que surgisse eu teriam os meus pais para me proteger fosse este um joelho arranhado ou um pesadelo arrepiante. Nessa altura eu ansiava crescer, tornar-me numa daquelas meninas que saem sozinhas à rua, têm namorados e bebem café, o que não sabia era que, ao crescer, o meu Mundo perfeito ia desaparecer.
 Agora, tenho dezasseis, já saio sozinha, já tive namorados e bebo café (bastante aliás), mas, em contrapartida consigo ver as coisas como elas são, não cor-de-rosa mas sim brancas e pretas. Não vou dizer que voltaria a ser uma criança se pudesse, obviamente gosto de ter liberdade e independência mas, não posso deixar de invejar a ingenuidade dos mais pequenos. Seria bom poder acreditar na sinceridade dos políticos, na inocência do criminosos e no amor dos rapazes, seria tudo bem mais fácil e repleto de felicidade.
A maioria das pessoas face à minha opinião vai pensar: mas que ingrata, a consciência do Mundo onde vivemos possibilita a nossa auto-protecção! Se fossemos ingénuos acabaríamos muito magoados!
Sim, isso tem o seu quê de verdade mas, e se fossemos todos ingénuos? E se todos tivéssemos a esperança de um amanhã melhor? E se tal como eu com três anos fossemos sempre protegidos por alguém, nos protegêssemos uns aos outros? Era um sonho impossível eu sei, uma teoria sem fundamentos na verdade no entanto, a esperança é a ultima a morrer. Suponho que a menina que já foi ainda continua aqui…

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